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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O preço da negligência política e ambiental.

A tragédia que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro na última quarta-feira (12) é resultado da falta de políticas públicas na área de habitação e saneamento básico, o que permite a ocupação desordenada nos morros e áreas de encostas. A avaliação é de Adacto Benedicto Ottoni, professor de engenharia ambiental e meio ambiente da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Segundo ele, o poder público ignora a existência de milhares de famílias que moram em lugares com risco de deslizamentos.
- As prefeituras não fiscalizam e permitem a ocupação irregular dos solos. Não adianta culpar a natureza pela negligência do governo.
Adacto aponta o desmatamento como à principal causa dos deslizamentos de terra na região serrana. De acordo com o professor, a população ocupa de forma irregular a parte alta dos morros, eliminando a cobertura vegetal. Ele explica que são as raízes das árvores que seguram o solo. Sem vegetação, as encostas vêm abaixo, resume o engenheiro ambiental.
- As encostas devem ser reflorestadas para que o solo absorva a água das chuvas. É o que aconteceria se essas áreas não fossem desmatadas.
Além disso, o desmatamento aumenta o risco de enchentes, já que a cobertura vegetal absorve a água das chuvas. E essa proteção natural impede que água a escorra pela superfície, levando detritos para rios e córregos.
- O assoreamento é a principal motivo do transbordamento dos rios na época das chuvas. Sem vegetação, a água escorre sem barreiras naturais, levando detritos e sujeira para os córregos e rios.
 O saneamento básico precário colabora para os deslizamentos da encostas. Segundo ele, o esgoto infiltra no solo, tornando-o frágil. O lixo é outro problema, as prefeituras não fazem a coleta e o lixo ajuda a acumular água nos morros, que infiltram o solo.
                                                                       Portal notícias R7.

Na Austrália a dimensão dos estragos foram maiores que os do Brasil. Em Brisbane a terceira maior cidade da Austrália, o nível do rio que alcançou 4,46 metros na quinta-feira, baixou dois metros nesta sexta. Até o momento, o governo de Queensland estima que o custo da reconstrução chegue a cinco bilhões de dólares. Mais de 26.000 casas foram inundadas em Brisbane, das quais 11.900 foram completamente cobertas pela água. O fornecimento de energia continua interrompido para muitos bairros, e muitas estradas ainda estão bloqueadas. As autoridades confirmaram a morte de pelo menos 16 pessoas nos últimos quatro dias. O plano de ação e prevenção eficiente do governo australiano salvou inúmeras pessoas, de uma das maiores tragédias já ocorridas no país.

Enquanto no Brasil, o número de mortos pelas chuvas na Região Serrana do Rio chega a 511. Nova Friburgo contabiliza 225, Petrópolis, 41, e Sumidouro, 19. Em Teresópolis, o número de mortes chegou a 226 além de 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados, de acordo com balanço divulgado pela prefeitura.
Todo ano acompanhamos pelos noticiários, as tragédias que os temporais causam no Brasil. Nossos governantes prometem, e como sempre, nada é feito, tudo não sai do papel. Até quando veremos nosso país enfrentar situações como está? Onde pessoas inocentes têm suas vidas ceifadas, por negligência das autoridades competentes.


Que Deus abençoe a todas as pessoas envolvidas no serviço de ajuda as vítimas dessas tragédias, que assolam nosso planeta.  
                                                                                    Demétrius A. Silva

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