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domingo, 31 de julho de 2011

Babilônia


Babilônia, Bavêl, em hebraico, está relacionada com a palavra Bilbul, que significa mistura confusão. Bavêl corresponde ao mundo e suas nações, onde o sagrado, o mundano e o proibido estão todos misturados e é difícil diferenciá-los.

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Importância, para o estudante da Bíblia, do que foi o império da Babilônia, vêem-se no fato de haver nas Sagradas Escrituras cerca de trezentas referências ao país e ao

seu povo. No Antigo Testamento a palavra hebraica Babel pode significar tanto o império como a cidade, embora algumas vezes se empregue o nome de Sinear para definir todo o país. Com efeito, Sinear era o mais antigo nome daquele grande território (Gn 10.10 e 11.2). Nas Escrituras dos tempos posteriores, já depois do exílio, chamava-se Caldéia àquela região, ou a terra dos caldeus (Jr 21.4 e Ez 12.13). Os babilônios não tinham nome para o seu país no seu todo, mas falavam de Acade ou de Sumer, quando se referiam à parte norte ou à parte sul, tendo recebido estes nomes dos habitantes anteriores.
Babilônia é uma planície de 650 km de comprimento mais ou menos, por 160 km de largura. É limitada ao sul pelo golfo Pérsico, e a oeste pelo deserto da Arábia. Ao oriente estava o rio Tigre, e ao norte a Assíria Devido a um sábio sistema de irrigação por meio de uma rede de canais, os campos da Babilônia eram notavelmente férteis, pois o próprio trigo crescia sem auxilio do lavrador, fazendo-se cada ano nas terras cultivadas, duas ou três vezes a ceifa. 

A farta colheita de cereais e tâmaras deve-se ao grande número de cavalos, camelos, bois, carneiros e cabras, que os babilônios possuíam.  Hoje é um deserto, com pântanos, povoado de hienas, linces, anteras e javalis. Era a capital babilônia uma ‘terra de negociantes; cidade de mercadores’ (ES 17.4). Além da cidade de Babilônia, outras havia de consideração. E destas, uma das mais importantes era Enredo (a moderna Abu-Sahrein). Este porto estava no golfo Pérsico, que naqueles tempos se estendia mais para o norte do que hoje, à distância de 210 km, isto se deve à quantidade de terra e de destroços levados pelas águas do Eufrates. Os babilônios eram de pequena estatura, de corpo grosso, com nariz judaico, lábios largos e olhos oblíquos, os cabelos eram pretos, espessos e encrespados. Num país que tinha grande comércio com as terras vizinhas, era natural manifestar grandeza tanto no vestir como na habitação (Ez 23.15). Facilmente podiam ali obter-se especiarias, marfim, ouro, pedras preciosas, metais, lã e tintas. Segundo alguns achados históricos, o cidadão babilônio possuía dois nomes: um oficial, e outro particular. Quando morria um babilônio, dizia-se que a sua alma ia para a ‘região dos céus de prata’, e ali habitava com os heróis dos tempos passados. O seu corpo geralmente era queimado, podendo ser num destes fornos crematórios que foram lançados Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. As fornalhas ou fornos eram usados na Babilônia para cozer tijolos (Gn 11.3). Execuções na fornalha não eram incomuns (Jr 29.22). Babilônia foi a capital do reino caldaico da Babilônia. Embora não fosse a cidade mais antiga do império, tornou-se no decorrer do tempo a mais importante pela sua grandeza e influência. Situada nas margens do Eufrates, quase 80 km. Ao sul da moderna Bagdá, no meio de férteis planícies, tendo perto o Golfo Pérsico, foi a cidade de Babilônia o centro de comércio do mundo antigo. Ainda que incerta a data da sua fundação, contudo, a sua conexão com Acade e Calné (Gn 10.10) faz supor uma grande antigüidade, pelo menos 3.000 anos a.C. A história da Babilônia é uma longa série de lutas sustentadas por vários governadores e comandantes militares para a possuírem e conservarem.
Nos tempos de Nabucodonosor, era uma das maravilhas do mundo, com enormes edifícios e uma população que provavelmente era maior do que qualquer outra cidade dos tempos antigos, sendo cortada em todas as direções por canais navegáveis. A parte mais setentrional tem sido identificada como suposta a Torre de Babel, achando-se ainda com 19,5 metros de altura. A Torre de Babel, de quatro faces, era uma pirâmide de oito plataformas, tendo a mais baixa 120 metros de cada lado. Para os babilônicos, Babel significava “portão de deus”.
Ruínas do palácio de Nabucodonosor
Sendo numerosos os restos de fortificações, e nas margens do Eufrates ainda Nabucodonosor mandou desviar o rio, e guarnecer de tijolos o leito através da cidade. A cidade estava edificada em ambos os lados do rio, cercada por uma dupla muralha de defesa. Segundo a medição de Heródoto, estas muralhas, com 90 km de circunferência, encerravam uma área de 322 quilômetros quadrados. Parte desta área encontrava-se ocupadas com jardins, parques e campos, ao passo que o povo vivia em casa de dois, três e quatro andares. As muralhas eram tão altas e Largas, que havia espaço para um carro de quatro cavalos. Duzentas e cinqüenta torres estavam edificadas por intervalos nos muros, que em cem lugares estavam abertos e defendidos com portões de cobre. Outros muros havia ao longo das margens do Eufrates e junto aos seus cais. Navios de transporte atravessavam o rio entre as portas de um e de outro lado, e havia uma ponte levadiça de 9 metros de largura ligando as duas partes da cidade. O palácio de Nabucodonosor estava situado numa das extremidades desta ponte, do lado oriental. Outro palácio “A Admiração da Humanidade”, que tinha sido começado por Nabopolassar, e concluído por Nabucodonosor, ficava na parte ocidental e protegia o grande reservatório. Dentro dos muros deste palácio elevavam-se a uma altura de 23 metros os célebres jardins suspensos, que se achavam edificados na forma de um quadrado, com 120 metros de lado, levantados sobre arcos. No topo encontrava-se o altar de Bel, por um plano inclinado. Sobre o altar estava posta uma imagem de Bel, toda de ouro, e com 12 metros de altura. As esquinas deste templo, como todos os templos caldaicos, correspondiam aos quatro pontos cardiais do globo terrestre. Os materiais empregados na construção constavam de tijolos feitos do limo, extraído do fosso, que cercava toda a cidade. A história política desta maravilhosa povoação acha-se relacionada com a do império da Babilônia, estando a sua queda final compreendida na de toda a nação, embora o culto de Bel continuasse em alguns templos até ao ano 29 a. C., muito tempo depois de ter desaparecido a grande Babilônia, como cidade.

Demétrius A. Silva

Fonte de pesquisa e imagem:
Bíblia de Estudo de Genebra
Dicionário Bíblico

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