Sabemos que nosso país
é abençoado com uma das maiores biodiversidade do planeta, mas infelizmente
conhecemos pouco sobre esta riqueza natural.
Esta matéria retrata
importantes informações de frutas como: Guaraná, açaí, cupuaçu, pupunha,
Araçá-boi, camu-camu e tucumã. Informações desconhecidas pela grande população
brasileira.
Algumas frutas têm características
funcionais devido à sua composição vitamínica, a presença de fibras alimentares
e antocianinas. As vitaminas mais importantes são
as antioxidantes, em
particular a vitamina C e o betacaroteno, o precursor da vitamina A. O consumo
de alimentos funcionais é considerado uma estratégia para a prevenção de
doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, hipertensão, diabetes, cânceres
e doenças cardiovasculares), cada vez mais comuns.
Paullinia cupana Kunt - Guaraná.
Os povos indígenas da
Amazônia central utilizavam as sementes torradas do guaraná para a cura de
doenças e como estimulante. Elas de fato contêm substâncias medicinais, com
efeito analgésico e antitérmico, entre outros. Também apresentam compostos
estimulantes. O teor de cafeína, por exemplo, supera o encontrado no próprio
café. E há quem diga que o guaraná é afrodisíaco.
As propriedades
estimulantes motivam a criação do mercado de derivados do guaraná. Primeiro no
Amazonas, onde o produto era comercializado na forma de rama, de bastão, em pó
e em xaropes para refrigerantes. Com os refrigerantes, o interesse pelo guaraná
aumentou e ele se tornou fonte de renda para populações rurais e para o setor
industrial. Cerca de 70% da oferta de guaraná destina-se às indústrias de
bebidas. O restante é comercializado sob as formas tradicionais.
A expansão do consumo
impulsionou os sistemas de cultivo, empregados inicialmente no Amazonas, e
depois na Bahia e em Mato Grosso. No Amazonas, a baixa produtividade e as
doenças nativas que comprometem a cultura deslocaram o plantio para outros
estados, onde as doenças não existem ou são menos severas. Esse é o fenômeno de
escape, importante na agricultura mundial, e que permite entender por que
cultivos fogem de seus centros de origem. Atualmente, a Bahia é o maior
produtor de guaraná, e o Mato Grosso disputa o segundo lugar com o Amazonas.
Euterpe oleracea - Açaí
Os açaizeiros se
destacam entre as palmeiras amazônicas de expressão econômica. O Açaí-do-pará é
mais abundante na Amazônia oriental, especialmente no estuário do rio Amazonas,
onde ocorrem grandes populações chamadas de açaizais. Os frutos são pequenos,
púrpuras, com polpa escassa. O açaí é um alimento muito importante na dieta,
contribuindo com energia, fibra alimentar, minerais e antocianinas. Para ser
consumido, o açaí é amolecido em água morna, despolpado em máquina própria ou
amassado manualmente, e transformado num suco espesso – o vinho de açaí. Em Belém,
o consumo é de 400 toneladas por dia. O vinho de açaí, quando misturado com açúcar
e farinha de mandioca ou de tapioca, constitui, por vezes, a alimentação
principal das classes populares.
O açaí tem sido muito
apreciado por freqüentadores de academias de ginástica, e por desportistas, que
o misturam ao guaraná e a outros produtos energéticos. No exterior, a adição de
flavorizantes torna a aceitação do produto mais fácil. Empreendedores
introduziram o vinho no mercado do sudeste brasileiro como uma bebida exótica,
rica em nutrientes. Devido à produção é sazonal, pesquisadores da Universidade
Federal do Pará aperfeiçoaram as boas práticas de processamento, essenciais
para garantir um produto livre de impurezas, e os da Embrapa Amazônica Oriental
aperfeiçoaram técnicas de manejo dos palmeirais e começaram a selecionar açaí
que produz em outras épocas, abrindo perspectiva de boas colheitas o ano
inteiro, algo essencial para atender o mercado externo.
Valor nutricional
Por 100g de polpa:
Calorias: 69 K/cal (em média)
Proteínas: 3,8g
Lipídios: 12,2g
Fibra: 16,90g
Cálcio: 118 mg
Ferro: 11 mg
Fósforo: 0,5 mg
Vitamina B1: 11,80
Vitamina B2: 0,36
Vitamina C: 0,01
Apesar do alto teor de gordura do açaí, grande parte são gorduras monoinsaturadas (60%) e poliinsaturadas (13%), também presentes no abacate. Estas gorduras são benéficas e auxiliam na redução do colesterol ruim (LDL) e melhora o HDL, contribuindo na prevenção de doenças cardiovasculares como o infarto do coração.
Por 100g de polpa:
Calorias: 69 K/cal (em média)
Proteínas: 3,8g
Lipídios: 12,2g
Fibra: 16,90g
Cálcio: 118 mg
Ferro: 11 mg
Fósforo: 0,5 mg
Vitamina B1: 11,80
Vitamina B2: 0,36
Vitamina C: 0,01
Apesar do alto teor de gordura do açaí, grande parte são gorduras monoinsaturadas (60%) e poliinsaturadas (13%), também presentes no abacate. Estas gorduras são benéficas e auxiliam na redução do colesterol ruim (LDL) e melhora o HDL, contribuindo na prevenção de doenças cardiovasculares como o infarto do coração.
Theobroma grandiflorum - Cupuaçu
O cupuaçu é muito
apreciado devido ao sabor e aroma de sua polpa. É nativo do sudeste do estado
do Pará e nordeste do Maranhão, e amplamente distribuído em toda a bacia
amazônica. Até recentemente foi um produto do extrativismo, mas hoje é
cultivado com técnicas desenvolvidas pela Embrapa.
O beneficiamento do
cupuaçu consiste em despolpar os frutos manual ou mecanicamente, conservar a
polpa em temperatura baixa, processar as sementes e reciclar a casca dura como
adubo. A partir da póla preparam-se sucos, néctares, sorvetes, geléias, doces,
cremes, que são apreciados no Brasil e conhecidos no exterior. A partir das
sementes pode-se extrair uma gordura que tem aplicações na indústria de cosméticos.
Se as sementes forem fermentadas, secas e torradas, ficam semelhantes às do
cacau e podem ser usadas para fabricar um tipo de chocolate, o cupulate.
Ao contrário do açaí,
não existem empreendedores ávido pelo cupuaçu hoje, talvez porque a póla não
ofereça vantagens funcionais. Também não há empresas interessadas no cupulate, mesmo que os primeiros ensaios
tenham sido bem-sucedidos. Pesquisadores da Embrapa desenvolveram variedades
produtivas e resistentes à principal doença, e um pacote tecnológico eficiente,
com boas práticas de cultivo, coleta, pós-coleta e processamento.
Continua ...
Demétrius A. Silva
Fonte de pesquisa e imagem:
Scientific American Brasil ( Amazônia - Tesouros)
Nenhum comentário:
Postar um comentário