Mimetismo

Três sapos ficam quase invisíveis no solo de uma floresta no Panamá.
 Rhinella margaritifera

A capacidade que alguns animais possuem em mudar a cor, forma do corpo, exalar cheiro, etc. É denominada Mimetismo. O principal objetivo é conceder proteção contra predadores, mas os impostores podem usar esta tática para assegurar

a sobrevivência de sua prole, atrair presas, etc..

A ave que atacar o besouro nesta flor poderá ser atraída pela

 vibração dos penachos rubros nas patas do inseto-com isso

 ele tenta desviar o predador para órgãos menos vitais. 

 (Anisocelis flavolineata).

As orquídeas do gênero Bulbophyllum têm florações grandes e fétidas, com aparência e cheiro de carniça, para atrair moscas-varejeiras, as quais pousam nas flores, ficam impregnadas de pólen e talvez ajudem a orquídea a se reproduzir.

A forma sensorial assumida por um ato de mimetismo varia conforme a capacidade de percepção dos alvos visados pelos mimetizadores.  Para nós, o mecanismo mais familiar é o mimetismo visual, aquele capaz de enganar o olho, como o das rãs ribeirinhas que se mantêm imóveis às margens e inorgânicas quanto às pedras polidas em torno. Mas também existem aqueles animais que mimetizam vozes, como uma apetitosa espécie de mariposa que se esquiva de morcegos imitando os cliques ultra-sônicos emitidos por uma mariposa tóxica.

Bicho da folha (Phyllium giganteum)

Em seguida vêm às criaturas que mimetizam odores, como a Mastophora hutchinsoni, uma aranha capaz de atrair mariposas machos ao secretar imitações do odor emitido pelas fêmeas para atrair parceiros. E há até imitadores táteis, como um fungo parasita que vive nas câmaras internas das colônias de cupins, onde desfruta do calor e da umidade. Dado que os cupins são famosos pelo zelo com que cuidam de seus ninhos, como o fungo consegue conquistar a complacência deles? Simples: adotando o formato e a textura de ovos maduros de cupim.

Deroplatys trigonodera

Algumas lagartas adotaram uma maneira surpreendente de se livrarem de alguns pássaros. Elas passam a vida toda mastigando folhas. Como as aves apreciam muito as lagartas gordas, sempre que sobrevoam a mata, elas ficam atentas a sinais de atividade das lagartas, principalmente folhas carcomidas. Para frustrar esse reconhecimento aéreo, uma lagarta adotou novo modo de se alimentar. Em vez de mordiscar ao acaso a folhagem, uma lagarta da família Geometridae avança pelas bordas como uma costureira usando a tesoura, mantendo o formato original da folha. Quando a lagarta se dá por satisfeita, as folhas talvez estejam menores, mas suas bordas preservam a linha original.

Assemelhar-se com formigas, esta é a forma de mimetismo das aranhas saltadora Myrmarachne. Uma estratégia que aproveita a antipatia de muitos predadores por esses insetos sociais agressivos. Os machos da aranha saltadora enfrentam um problema com essa estratégia, pois os rituais de acasalamento requerem que tenham aparelhos bucais alongados, os quais poderiam prejudicar sua aparência geral de formiga. 

Por isso, enquanto as aranhas fêmeas se parecem com formigas comuns, os machos, com suas longas presas, se assemelham a formigas carregando fardos em suas mandíbulas, como costumam fazer as operárias. É uma solução engenhosa, mas não perfeita, pois, ainda que os machos da aranha sejam tão eficientes quanto às fêmeas para deter os predadores que em geral temem formigas, só os machos se tornam presas daqueles animais que se arriscam a enfrentar as formigas menos propensas a reagir – ou seja, aquelas que estão carregando fardos.

National Geographic Brasil
Demétrius A. Silva