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Importância,
para o estudante da Bíblia, do que foi o império da Babilônia, vêem-se no fato
de haver nas Sagradas Escrituras cerca de trezentas referências ao país e ao
seu povo. No Antigo Testamento a palavra hebraica Babel pode significar tanto o império como a cidade, embora algumas vezes se empregue o nome de Sinear para definir todo o país. Com efeito, Sinear era o mais antigo nome daquele grande território (Gn 10.10 e 11.2). Nas Escrituras dos tempos posteriores, já depois do exílio, chamava-se Caldéia àquela região, ou a terra dos caldeus (Jr 21.4 e Ez 12.13). Os babilônios não tinham nome para o seu país no seu todo, mas falavam de Acade ou de Sumer, quando se referiam à parte norte ou à parte sul, tendo recebido estes nomes dos habitantes anteriores.
Babilônia é uma planície de 650 km de comprimento mais ou menos, por 160 km de
largura. É limitada ao sul pelo golfo Pérsico, e a oeste pelo deserto da
Arábia. Ao oriente estava o rio Tigre, e ao norte a Assíria Devido a um sábio
sistema de irrigação por meio de uma rede de canais, os campos da Babilônia
eram notavelmente férteis, pois o próprio trigo crescia sem auxilio do
lavrador, fazendo-se cada ano nas terras cultivadas, duas ou três vezes a
ceifa.
Fonte de pesquisa e imagem:
Bíblia de Estudo de Genebra
Dicionário Bíblico
A farta colheita de cereais e tâmaras deve-se ao grande número de
cavalos, camelos, bois, carneiros e cabras, que os babilônios possuíam. Hoje é um deserto, com pântanos, povoado de
hienas, linces, anteras e javalis. Era a capital babilônia uma ‘terra de
negociantes; cidade de mercadores’ (ES 17.4). Além da cidade de Babilônia,
outras havia de consideração. E destas, uma das mais importantes era Enredo (a
moderna Abu-Sahrein). Este porto estava no golfo Pérsico, que naqueles tempos
se estendia mais para o norte do que hoje, à distância de 210 km, isto se deve
à quantidade de terra e de destroços levados pelas águas do Eufrates. Os
babilônios eram de pequena estatura, de corpo grosso, com nariz judaico, lábios
largos e olhos oblíquos, os cabelos eram pretos, espessos e encrespados. Num
país que tinha grande comércio com as terras vizinhas, era natural manifestar
grandeza tanto no vestir como na habitação (Ez 23.15). Facilmente podiam ali
obter-se especiarias, marfim, ouro, pedras preciosas, metais, lã e tintas. Segundo
alguns achados históricos, o cidadão babilônio possuía dois nomes: um oficial,
e outro particular. Quando morria um babilônio, dizia-se que a sua alma ia para
a ‘região dos céus de prata’, e ali habitava com os heróis dos tempos passados.
O seu corpo geralmente era queimado, podendo ser num destes fornos crematórios
que foram lançados Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. As fornalhas ou fornos eram
usados na Babilônia para cozer tijolos (Gn 11.3). Execuções na fornalha não
eram incomuns (Jr 29.22). Babilônia foi a capital do reino caldaico da
Babilônia. Embora não fosse a cidade mais antiga do império, tornou-se no
decorrer do tempo a mais importante pela sua grandeza e influência. Situada nas
margens do Eufrates, quase 80 km. Ao sul da moderna Bagdá, no meio de férteis
planícies, tendo perto o Golfo Pérsico, foi a cidade de Babilônia o centro de
comércio do mundo antigo. Ainda que incerta a data da sua fundação, contudo, a
sua conexão com Acade e Calné (Gn 10.10) faz supor uma grande antigüidade, pelo
menos 3.000 anos a.C. A história da Babilônia é uma longa série de lutas
sustentadas por vários governadores e comandantes militares para a possuírem e
conservarem.
Nos
tempos de Nabucodonosor, era uma das maravilhas do mundo, com enormes edifícios
e uma população que provavelmente era maior do que qualquer outra cidade dos
tempos antigos, sendo cortada em todas as direções por canais navegáveis. A
parte mais setentrional tem sido identificada como suposta a Torre de Babel,
achando-se ainda com 19,5 metros de altura. A Torre de Babel, de quatro faces,
era uma pirâmide de oito plataformas, tendo a mais baixa 120 metros de cada
lado. Para os babilônicos, Babel significava “portão de deus”.
Ruínas do palácio de Nabucodonosor |
Sendo
numerosos os restos de fortificações, e nas margens do Eufrates ainda
Nabucodonosor mandou desviar o rio, e guarnecer de tijolos o leito através da
cidade. A cidade estava edificada em ambos os lados do rio, cercada por uma
dupla muralha de defesa. Segundo a medição de Heródoto, estas muralhas, com 90
km de circunferência, encerravam uma área de 322 quilômetros quadrados. Parte
desta área encontrava-se ocupadas com jardins, parques e campos, ao passo que o
povo vivia em casa de dois, três e quatro andares. As muralhas eram tão altas e
Largas, que havia espaço para um carro de quatro cavalos. Duzentas e cinqüenta
torres estavam edificadas por intervalos nos muros, que em cem lugares estavam
abertos e defendidos com portões de cobre. Outros muros havia ao longo das
margens do Eufrates e junto aos seus cais. Navios de transporte atravessavam o
rio entre as portas de um e de outro lado, e havia uma ponte levadiça de 9
metros de largura ligando as duas partes da cidade. O palácio de Nabucodonosor
estava situado numa das extremidades desta ponte, do lado oriental. Outro
palácio “A Admiração da Humanidade”, que tinha sido começado por Nabopolassar,
e concluído por Nabucodonosor, ficava na parte ocidental e protegia o grande
reservatório. Dentro dos muros deste palácio elevavam-se a uma altura de 23
metros os célebres jardins suspensos, que se achavam edificados na forma de um
quadrado, com 120 metros de lado, levantados sobre arcos. No topo encontrava-se
o altar de Bel, por um plano inclinado. Sobre o altar estava posta uma imagem
de Bel, toda de ouro, e com 12 metros de altura. As esquinas deste templo, como
todos os templos caldaicos, correspondiam aos quatro pontos cardiais do globo
terrestre. Os materiais empregados na construção constavam de tijolos feitos do
limo, extraído do fosso, que cercava toda a cidade. A história política desta
maravilhosa povoação acha-se relacionada com a do império da Babilônia, estando
a sua queda final compreendida na de toda a nação, embora o culto de Bel
continuasse em alguns templos até ao ano 29 a. C., muito tempo depois de ter
desaparecido a grande Babilônia, como cidade.
Demétrius A. Silva
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